Conheça em detalhes, o que é essa voz, a sua história, quem foram os “castrati”, como se classifica essa voz, repertório e conheça os contratenores mais relevantes do passado e da atualidade. Com textos, fotos, vídeos e links para aprofundar seu conhecimento. E ainda, acesse o site de apoio aos cantores e saiba como são as classificações vocais segundo a tabela FACH (soprano, contralto, etc). Tudo gratuito! Acesse, comente, compartilhe com seus amigos, professores e cantores! #premionelsonseixas #culturariopreto #prefeiturariopreto #contratenor #countertenor
CONTRATENOR é um cantor masculino que canta em falsete ou voz natural, cujo alcance vocal é correspondente ao soprano, mezzo-soprano ou contralto.
Também podem ser chamados de SOPRANISTAS, de acordo com o alcance vocal (se igual ao de soprano).
Variado repertório foi composto para os contratenores durante a história da música erudita, e até hoje essas peças são executadas no mundo inteiro.
Apesar do contratenor se assimilar à voz feminina (especialmente pelo mesmo alcance das notas), possui uma marcante diferenciação em timbre, causando espanto e encanto, não sendo possível identificar, às cegas, qual o gênero do cantor ou cantora.
Por essa razão, a voz pode ser abordada como agênera, ou, sem gênero.
Hoje os contratenores se utilizam, na maior parte dos casos, da técnica do falsete. Há alguns raros contratenores "naturais" que possuem voz aguda sem a necessidade de utilização do falsete. Isso se deve especificamente pelo desenvolvimento hormonal diferente do da maioria dos meninos na puberdade, onde há o engrossamento da voz, entre outras características.
Mas nem sempre foi assim.
A história nos conta como foi o início da utilização dessa voz, de uma maneira intensamente violenta com crianças.
"Castrati" é um termo na língua italiana, que traduzido significa Castrados. ("Castrato"=Castrado)
Os primeiros contratenores foram crianças, meninos que sofreram violenta castração - seus testículos eram retirados por volta dos 7 anos de idade para que não houvessem as alterações vocais resultantes dos hormônios masculinos. Assim, conservavam sua voz "branca" ou infantil por toda a vida, havendo apenas o crescimento de seu corpo mas sem desenvolvimento das características masculinas (voz mais grave, musculatura, pelos).
E, por mais absurdo que isso pareça hoje, essas castrações aconteceram em grande número e foram primeiramente feitas pela Igreja Católica Romana. Os meninos eram entregues para a Igreja como assim eram os seminaristas, e após a castração eram treinados para cantarem nos ofícios (missas e cerimônias), já que a presença das mulheres nas atividades da igreja eram proibidas.
Além de ser considerada prática "normal", era até desejada e disputada pelas famílias.
Com o desenvolvimento musical da polifonia vocal (música coral em duas linhas melódicas ou mais), os "castrati" faziam o papel dos contraltos (voz feminina mais grave), já que os meninos de até 7 anos cantavam as linhas dos sopranos (voz feminina mais aguda). Por isso se originou o nome Contratenor (o contralto masculino).
Nos complementa a Wikipedia:
"Castrato (termo extraído do idioma italiano, cuja tradução lusófona trata-se literalmente de "castrado") é o nome pelo qual eram conhecidos os cantores masculinos que, a fim de terem preservada, ainda na fase adulta, a tessitura vocal da infância (cuja extensão vocal é quase idêntica àquela própria das tessituras vocais femininas, sejam de soprano, de mezzo-soprano ou de contralto), eram submetidos a uma operação cirúrgica de corte dos canais provenientes dos testículos, a partir da qual a chamada "mudança de voz" não ocorria.
A prática de castração de jovens cantores teve início no século XVI (tendo surgido a partir da necessidade de vozes agudas nos grupos corais das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Apostólica Romana não aceitava mulheres no coro de suas igrejas), atingindo seu auge nos séculos XVII e XVIII (de tal sorte que, nas óperas do compositor barroco alemão Georg Friedrich Händel, por exemplo, o papel do herói era frequentemente escrito para castrato).
Muitos dos rapazes que eram submetidos à castração tratava-se de crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde lecionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham, à entrada, um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes").
Na segunda metade do século XIX, com a chegada do verismo na ópera, a popularidade dos castrati entrou em declínio. Durante alguns anos, é verdade, ainda houve desses cantores na Itália, mas, com o decorrer do tempo, esses papéis foram transferidos aos contratenores e, por vezes, às contraltos ou às sopranos.
Foi só em 1870, não obstante, que o castratismo destinado a este fim foi terminantemente proibido na Itália (o último país onde ainda era efetuado). E, em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a utilização de castrati nos coros das igrejas.
O último castrado a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi (1858-1922), no ano de 1913. Há alguns registros fonográficos da voz dele, que, entre 1902 e 1904, gravou exatos dez discos."
SIM!
E calma! Não há a necessidade da castração!
Como descrito acima, se você é do gênero masculino (cis ou trans), pode ser um contratenor!
Para isso, deve estudar, praticar e se desenvolver, utilizando-se de sua voz natural (no caso de ter voz aguda) ou sua voz de falsete (caso seu desenvolvimento hormonal tenha sido como na maioria dos meninos).
Não é comum haver escolas específicas para contratenores no Brasil, mas diversos professores de canto podem prepará-lo da melhor maneira possível.
Não é essencial, mas seria muito bom ter uma formação de canto lírico em voz contratenor, então, busque estudos com professores ou escolhas que lecionem o canto lírico.
Uma vez desenvolvida a voz nessa tessitura, você pode também buscar formação em Belting - que é o estilo de canto usado nos musicais e nas canções populares. Mas quase não há papéis em musicais para contratenores. Ao contrário, em óperas há muitas peças escritas para essa voz - especialmente de autores barrocos, como Handel.